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“Trabalhe enquanto eles dormem…” Por que essa frase não faz sentido algum?

Existe um ranking que com certeza nós, brasileiros, não gostaríamos de participar: de acordo com um levantamento da International Stress Management Association (Isma), o Brasil é o segundo país com mais casos de Síndrome do Burnout do mundo.

É isso mesmo: nós superamos destinos como Estados Unidos e Alemanha, ficando atrás apenas do Japão, que tem 70% da população atingida pela doença.

Para quem nunca ouviu falar, trata-se de um distúrbio emocional gerado pelo esgotamento físico e mental intenso, provocado por situações desgastantes e altamente estressantes no trabalho.

Estamos falando de algo complexo, que possui inúmeros fatores diferentes para serem considerados, como ambientes corporativos com altos níveis de pressão, falta de liderança humanizada nas empresas e dificuldade de estabelecer uma rotina saudável e equilibrada.

E, entre os itens que podem influenciar o aparecimento dessa condição, eu acrescento sem medo essa frase extremamente problemática que se tornou tão popular nos últimos anos: “Trabalhe enquanto eles dormem”.

Vamos conversar sobre ela neste artigo e entender, juntos(as), por que você jamais deveria considerá-la como um conselho viável para a sua vida?


Produtividade tóxica não é sustentável


É muito comum que, atualmente, a gente sinta uma certa culpa toda vez que não estamos produzindo algo de útil para o mundo. Quem nunca, não é mesmo?

Não poderia ser diferente: vivemos em uma sociedade que nos cobra resultados o tempo todo, como se, ao não atendermos às expectativas alheias, sobretudo no nosso trabalho, acabamos “ficando para trás” e perdemos nossos espaços.

Mas pense comigo: levando em consideração que o corpo humano não é uma máquina, até que ponto você acha que consegue sustentar uma rotina na qual dorme muito pouco à noite, come sempre às pressas, está constantemente preocupado(a) com as suas responsabilidades e acha que se dedicar a algum hobby é coisa de quem não tem o que fazer?

Em algum momento, seu corpo e sua mente vão cobrar o preço. É inevitável. E pode acreditar: o dinheiro e o tempo que serão gastos para voltar aos eixos depois serão muito maiores do que se você se cuidar agora.

No fundo, o que eu quero dizer é o seguinte: o descanso é uma escolha inteligente e estratégica para que você continue crescendo na sua carreira. Sem ele, você é um(a) forte candidato(a) a entrar para as estatísticas que eu mencionei no começo deste artigo.


Só existe um beneficiado quando você “trabalha enquanto eles dormem”


Pode ter certeza: essa pessoa não é você. É a empresa onde está.

Ora, basta pensar que, para qualquer organização, é muito interessante que você acredite em frases como essa, já que, ao entrar em um ritmo insano de cumprir tarefas e cuidar de demandas, acaba entregando mais pelo mesmo salário. Ou seja: aumenta o patrimônio corporativo sem que ganhe nada a mais em troca.

Aliás, é cada vez mais comum que empresas invistam em itens que tenham como objetivo fazer com que os funcionários “se sintam em casa”. É claro que espaços de convivência com outros colaboradores, salas de jogos e SPAs são benefícios legais para se ter sempre à disposição. Mas não se engane: se não tomar cuidado, essas vantagens podem não só fazer você produzir mais do que deveria, mas também permitir que seu trabalho comece a ocupar lugares que não deveria , como as suas relações interpessoais e seus momentos de lazer.

É por isso que muitas pessoas sofrem tanto quando são demitidas: para além das preocupações financeiras, ao sair de um lugar no qual as coisas se misturaram muito, esses profissionais acabam sofrendo uma verdadeira crise de identidade, sem saber quais são seus interesses e relacionamentos para além daqueles ambientes.

E digo mais: essa história de “somos uma grande família” é feita para normalizar abusos, assédios e promessas não cumpridas. No momento em que você parar de relevar essas injustiças e se mostrar menos disponível, provavelmente não servirá mais.

Lembre-se sempre: a relação que se estabelece em qualquer organização é essencialmente comercial. O que significa que é importante, sim, entregar o seu melhor — mas dentro dos limites humanos e pensando sempre no que você está construindo para além do cargo que ocupa atualmente.


Romantizar o sacrifício é algo ultrapassado


E vamos para o último puxão de orelha deste artigo: precisamos urgentemente parar de atrelar a imagem do sucesso com a correria e a exaustão.

Diferentemente do que os outros possam dizer, não é nada bonito chegar ao ponto de ser mais uma vítima da Síndrome do Burnout, sentindo-se tão mentalmente e fisicamente esgotado(a) que não consegue nem conversar direito com as pessoas que gosta ou fazer atividades que lhe davam prazer.

Não é legal ter uma rotina que está constantemente desequilibrada, com diversos pratinhos caindo ao seu redor porque você só possui um foco.

Bonito mesmo é ter tempo para cuidar de todas as suas demandas, profissionais e pessoais, com calma e presença; fazer escolhas livremente, sem se sentir preso(a) em uma única carreira ou empresa; poder dar atenção para tudo o que você considera importante; e deitar a cabeça no travesseiro à noite sabendo que o seu descanso é mais do que merecido.

Dito tudo isso, tenho um convite: vamos iniciar, juntos(as), uma trajetória que permita que você tenha não só uma profissão de sucesso, mas uma VIDA de sucesso?

Sou psicóloga especialista em carreira e ofereço orientação personalizada para todos os que sentem que precisam de ajuda para se reencontrar e buscar caminhos que façam mais sentido. Clique aqui para iniciar uma conversa comigo pelo WhatsApp e saber mais.


Vamos que Vamos!


Abraços, Renata Cox

Psicóloga Especialista em Carreira



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